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terça-feira, 16 de outubro de 2012

Alimentação complementar, autonomia e responsabilidade.

(Para ver a lista completa de posts sobre alimentação e sugestões de papinhas clique aqui)

Certa vez uma amiga queixou-se comigo porque a pediatra do seu filho não havia fornecido uma "lista de receitas de papinhas" na ocasião do inicio da alimentação complementar do Lucas. Minha reação foi tipo assim: OI? Eu sequer sabia que poderia existir uma lista dessas. 
Investiguei e descobri que a colega pediatra havia dado as orientações gerais de alimentação corretamente, mas a minha amiga esperava receber receitas, pois a pediatra da filha da outra amiga dela (sempre as amigas!!) tinha dado um daqueles impressos padronizados com tudo mastigadinho com as benditas receitas de papinhas. Ela achou que quando chegasse a vez do filho dela ela receberia uma dessas e estaria tudo encaminhado.



Sou e sempre serei contra esses "modos de fazer" que alguns pediatras praticam e algumas mães (poucas, ufa!) nos cobram. Ser mãe/pai é uma tarefa com quase total autonomia, e essa autonomia PRECISA ser respeitada. O pediatra não deve determinar quantos banhos você deve dar no seu filho por dia, qual escola é melhor, qual marca de shampoo usar, nem qual a proporção de cebola que você deve colocar na sua comida. Acreditem, nos perguntam tudo isso. E coisa pior. Se um pediatra quiser te ensinar quantos banhos "é certo" dar numa criança, exerça sua autonomia e faça o favor de trocar de pediatra.

O pediatra está ali para dizer que 7 banhos talvez seja exagero, e ficar sem nenhum banho definitivamente é anti-higiênico, no Brasil. Que a escolha da escola tem a ver com expectativas, cultura, formação e condição financeira da família. Que o shampoo que uso no meu filho de cabelo liso pode não ser o melhor para a sua filha cheia de cachinhos. E só. Ser mãe e pai exige a tomada de decisões e a maioria delas não deve ser delegada, para o bem da família. O pediatra não tem a missão de ensinar ninguém a ser mãe ou pai. Longe disso. Para uma criança que está saudável, pode apenas apontar caminhos, expor as opções e redirecionar alguma coisa que não esteja funcionando bem.

Ensinar um filho a comer com qualidade e variedade é um ato de tremenda responsabilidade, que exigirá tempo, dedicação e disposição. É um processo que se inicia aos 5 ou 6 meses de vida, mas que durará toda a infância e adolescência. Sofre também enormes influências culturais e ideológicas. Por ter tamanha importância não deve ser delegado. Alimentar seu bebê pode se tornar uma aventura muito agradável que pode melhorar a qualidade da alimentação do restante da família. 

Delegar à Nestlé então, nem comento...

Nunca sequer pensei em fazer uma lista dessas. E se me exigissem, quem me conhece sabe a resposta: "Lamento, mas os senhores escolheram a pediatra errada." Ainda bem que não mais precisarei passar por isso, ao menos aqui em Brasília.

Mas...
A vida muda: ao voltar da licença não atenderei mais pediatria geral, comecei esse blog e acabei, por gostar de cozinha, colocando umas sugestões por aqui. Por isso o próximo post trará uma espécie de lista das sugestões de papinhas que já publiquei aqui. E sugestão não é receita: listo ingredientes mas não quantidades, pois faço tudo meio improvisado, no olho... É só pra inspirar quem está precisando de um empurrãozinho pra se jogar na cozinha.

Não posso mais ajudar a amiga, pois o Lucas já tem dois anos e abandonou as papinhas há tempos. Mas se essa lista servir para inspirar mais alguém a ir para a cozinha, já está valendo!    

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